Aqui no RAJA, o ponto de virada de diversos negócios costuma estar ligado a uma palavra que carrega muito mais do que dinheiro: fundraising.
Mais do que levantar recursos, fazer fundraising é saber contar a história certa para a pessoa certa, no momento certo. É alinhar visão, propósito e planejamento com quem pode acelerar a sua jornada. E, apesar de ser uma prática comum no universo das startups e da inovação, ainda levanta muitas dúvidas entre empreendedores em diferentes estágios.
Ao longo deste guia, vamos descomplicar esse processo. Você vai entender desde o que é fundraising até os diferentes tipos de rodada, o que esperar em cada etapa e como se preparar para atrair investimentos de forma estratégica e sustentável.
O que é Fundraising?
Fundraising é o processo de captação de recursos financeiros para um projeto, negócio ou causa. No contexto das startups e empresas inovadoras, isso normalmente significa buscar investimento externo para financiar o crescimento do negócio. Esse capital pode vir de diferentes fontes, como investidores-anjo, fundos de venture capital, aceleradoras ou até plataformas de equity crowdfunding.
Ao contrário de um simples empréstimo, o fundraising está geralmente atrelado à troca de participação societária, ou seja, o investidor aposta no futuro da empresa e, em troca, passa a ter uma fatia dela. É um processo que envolve estratégia, preparação e, acima de tudo, uma boa narrativa sobre onde a empresa está e para onde quer ir.
Importância do Fundraising
A captação de recursos é um dos principais motores para que uma empresa consiga tirar projetos do papel e ganhar tração. Em muitos casos, o caixa gerado pelas operações não é suficiente para sustentar um crescimento acelerado ou implementar inovações mais robustas. É aí que o fundraising entra como uma alavanca para:
- Desenvolvimento de produto: criar, melhorar ou diversificar soluções oferecidas ao mercado exige investimento constante. Fundraising permite que startups tirem ideias do MVP e as levem até um produto final competitivo.
- Expansão de mercado e escalabilidade: Com recursos extras, é possível ampliar a atuação geográfica, investir em marketing e explorar novos nichos de forma estruturada e planejada.
- Contratação de equipes: atrair e manter talentos é um dos maiores desafios para negócios em crescimento. Investimentos possibilitam a montagem de times mais robustos, com expertise técnica e estratégica.
Sem fundraising, muitos negócios com potencial ficam estagnados ou são engolidos pela concorrência. Por isso, entender o processo e se preparar para ele é tão importante quanto desenvolver um bom produto ou oferecer um serviço de qualidade.
Etapas do Fundraising

O processo de captação costuma evoluir conforme a maturidade da empresa. Cada etapa tem características próprias, expectativas específicas e perfis diferentes de investidores. Entender onde sua startup está nesse percurso ajuda a planejar melhor a abordagem e os recursos necessários.
Pré-seed
É o momento mais embrionário do negócio. A startup ainda está testando hipóteses, validando o modelo de negócio e, muitas vezes, nem tem um produto no mercado. O investimento nessa fase vem geralmente de fundadores, amigos, familiares ou investidores que apostam no potencial da ideia e da equipe. O foco aqui é levantar o mínimo necessário para sair do papel e alcançar uma primeira validação.
Seed
Nesta etapa, a startup já tem um MVP (Produto Mínimo Viável), alguns clientes iniciais e começa a estruturar suas operações. O capital captado serve para ganhar tração, ajustar o produto com base no feedback dos usuários e desenvolver um plano de crescimento. Investidores buscam aqui sinais de que o negócio é viável e escalável. É comum a entrada de investidores-anjo, micro-VCs ou aceleradoras.
Série A
A empresa já passou pela fase de validação e demonstra crescimento consistente. O investimento da Série A é direcionado à expansão comercial, melhorias no produto, estruturação de equipes e fortalecimento da presença no mercado. Os investidores, geralmente fundos de venture capital, buscam startups com modelo de negócio claro, indicadores sólidos e potencial de crescimento em larga escala.
Série B e Beyond
As rodadas Série B em diante são destinadas a empresas que já têm uma base sólida e buscam crescer de forma agressiva, entrar em novos mercados ou até se internacionalizar. O capital é usado para escalar operações, automatizar processos, adquirir outras empresas ou consolidar a posição no mercado. Investidores aqui já são mais exigentes quanto à governança e retorno, e a entrada de grandes fundos é comum.
Cada empresa tem um ritmo e uma necessidade diferente — por isso, não existe um único caminho para captar investimento. Conhecer os principais métodos de fundraising ajuda a escolher aquele que faz mais sentido para o momento do negócio e para o perfil dos fundadores.
Investidor-anjo
O investidor-anjo é, geralmente, um empreendedor experiente ou executivo que aporta capital próprio em empresas em estágio inicial. Além do dinheiro, ele costuma contribuir com mentoria, networking e visão estratégica. Esse tipo de investimento é comum nas fases de pré-seed e seed, quando a startup ainda está em construção. A relação costuma ser próxima, e a confiança no time fundador pesa muito na decisão.
Venture capital
Os fundos de venture capital (VCs) entram em estágios mais avançados, a partir da rodada Seed ou Série A. Diferente do investidor-anjo, o VC busca startups com alto potencial de retorno e atua de forma mais estruturada. Eles costumam acompanhar o negócio de perto, exigindo relatórios, metas e governança. Em troca, oferecem capital significativo e apoio estratégico para acelerar o crescimento.
Crowdfunding
O equity crowdfunding permite que várias pessoas invistam pequenas quantias em troca de participação na empresa. É uma forma democrática e descentralizada de captar recursos, geralmente usada por startups em estágio inicial ou negócios com apelo direto ao consumidor. Plataformas como EqSeed e Kria são exemplos desse modelo no Brasil. Além do capital, o crowdfunding pode validar ideias e criar uma base engajada de apoiadores.
Aceleradoras
As aceleradoras oferecem programas de desenvolvimento intensivo para startups em estágio inicial, combinando investimento, mentoria e acesso a uma rede de contatos. Em troca, costumam receber uma pequena participação na empresa. Elas são uma excelente porta de entrada para o ecossistema de inovação, ajudando os fundadores a ganharem maturidade em um curto espaço de tempo. Muitas também facilitam conexões com futuros investidores.
Dicas para um processo de Fundraising bem-sucedido

Captar investimento não é apenas convencer alguém a apostar no seu negócio, é construir uma relação de confiança baseada em visão de longo prazo, clareza e entrega. Para aumentar suas chances de sucesso, alguns cuidados fazem toda a diferença.
Planejamento Estratégico
Fundraising sem planejamento é como navegar sem bússola. O investidor quer saber exatamente para onde você está indo, por que esse caminho faz sentido e o que será feito com os recursos captados.
Isso significa ter:
- Projeções financeiras realistas: mais do que mostrar crescimento exponencial, é importante que seus números sejam coerentes com a realidade do mercado e com a estrutura da empresa.
- Plano de uso do capital: detalhe onde o dinheiro será aplicado — contratação, marketing, desenvolvimento de produto, expansão geográfica, entre outros. Um plano bem desenhado mostra que o investimento não será diluído em ações sem foco.
Conhecer e dominar esses indicadores não é só importante para o pitch, mas para a saúde do negócio. Acompanhe de perto métricas como CAC, Churn, MRR e burn rate.
Escolha do Investidor Certo
Nem todo capital é igual. Encontrar um investidor que compartilha dos mesmos valores e acredita no propósito do negócio pode ser mais valioso do que conseguir um cheque maior. Pesquise o histórico, o portfólio e o perfil dos possíveis parceiros. Lembre-se: fundraising é uma via de mão dupla.
Preparação do Pitch
O pitch é a sua porta de entrada e precisa causar uma boa primeira impressão. Mas isso não significa criar uma apresentação cheia de slides bonitos e frases de efeito. O mais importante é transmitir confiança, clareza e domínio do negócio.
Um bom pitch deve:
- Contar uma história envolvente, com começo (o problema), meio (sua solução) e fim (o impacto gerado).
- Apresentar dados sólidos, sem exageros ou promessas impossíveis.
- Antecipar objeções: pense no que o investidor pode questionar e já traga respostas embasadas.
- Convidar para a próxima conversa: a meta do pitch não é fechar o investimento na hora, mas gerar interesse e abrir espaço para aprofundar a conversa depois.
Ah, e um detalhe importante: pratique. Sozinho, com amigos, mentores ou até com a equipe. Quanto mais você ensaiar, mais natural e seguro ficará na hora de apresentar de verdade.
O fundraising é uma ferramenta poderosa
Mais do que um meio de captar dinheiro, o fundraising é uma estratégia para transformar potencial em crescimento real. Ele permite que ideias inovadoras saiam do papel, ganhem escala e impactem mercados. Mas, para isso, é preciso entender o momento certo, escolher os parceiros adequados e construir uma base sólida.
No RAJA, acreditamos no poder das conexões certas, entre ideias, talentos e capital. Já investimos mais de R$28 milhões em startups tecnológicas e inovadoras que geram riqueza, empregos e transformam seus setores de atuação e a sociedade.
Parte desse desenvolvimento consiste em captar novas rodadas de investimento que permitam novas perspectivas e estágios de crescimento às empresas.