O investimento estratégico em novos negócios, conhecido como Corporate Venture Capital (CVC), está ganhando terreno no cenário econômico do Brasil, representando uma poderosa alavanca para o avanço empresarial.
Por analogia, o termo CVC vem a partir de outro, o Venture Capital, ou capital de risco. Essa modalidade de investimento consiste em uma expectativa de crescimento rápido e rentabilidade alta.
O grande diferencial desses aportes financeiros reside na capacidade de estabelecer uma ponte sólida entre grandes corporações e startups inovadoras.
Essa conexão viabiliza um fluxo contínuo de inovação e desenvolvimento mutuamente benéfico, onde as corporações podem absorver novidades inovadoras e, em contrapartida, startups recebem um investimento substancial em seu crescimento e evolução.
Dessa forma, o CVC emerge como uma peça-chave no tabuleiro corporativo, impulsionando um crescimento que transcende os métodos tradicionais de desenvolvimento empresarial.
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Visão geral do Corporate Venture Capital
Segundo a Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP), referência no levantamento de tais investimentos, o atual cenário é promissor para aportes financeiros.
Até agosto de 2023, os Corporate Venture Capitals (CVCs) participaram em 30% dos investimentos em Venture Capital, totalizando 57 rodadas. Em termos de volume de capital, representam 36%.
Dados recentes mostram que corporações lideram investimentos em tecnologia, com 49%, seguido por serviços financeiros com 13% e, por fim, bens de consumo, ocupando 12% do total.
Os segmentos mais ativos das corporações investidoras são:
- 39% – serviços financeiros
- 12% – recursos naturais
- 12% – bens de consumo e serviços
No cenário internacional, um estudo da CB Insights evidencia que, em 2022, corporações investiram U$98,9 bilhões em startups globais, com foco predominante em soluções iniciais, representando 62%.
Entendendo o Corporate Venture Capital
CVC, ou Capital de Risco Corporativo, é um fundo de investimento focado em aportar recursos em startups ou empresas emergentes.
Geralmente, é associado a corporações que buscam inovação e crescimento estratégico, oferecendo, além de capital, acesso a redes de contato e expertise no mercado.
Existem várias abordagens para esse investimento, incluindo contribuições financeiras e compartilhamento de conhecimentos especializados, assim como proporcionar visibilidade e acesso a ferramentas essenciais. Os acordos costumam envolver a partilha de ações.
Semelhante ao Venture Capital convencional, o CVC é um investimento arriscado, com possíveis retornos apenas no longo prazo e sem garantias de lucro imediato após o fechamento do contrato.
Entretanto, é um meio fundamental para as empresas obterem um desenvolvimento mais rápido no que tange à inovação e novas tecnologias.
Empresas que estabelecem unidades de CVC buscam oportunidades de aplicar seus recursos em startups que se alinham com suas estratégias de crescimento.
E, uma vez realizado o investimento, essas empresas monitoram e contribuem para o progresso da startup escolhida.
Conforme indicado em um estudo realizado pela ABVCAP, as principais vantagens estratégicas do CVC para as corporações incluem:
- acesso a uma rede de fornecedores;
- possíveis parcerias comerciais através das startups investidas;
- aproximação com campos de pesquisa e desenvolvimento ou especialização técnica.
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Principais players que apostam em fundo de investimento em Venture Capital
O mercado de fundos de investimento em venture capital é amplamente explorado por grandes players globais que buscam inovação e vantagem competitiva.
Por exemplo, a Vale criou a Vale Ventures, focada em impulsionar startups com soluções sustentáveis e tecnológicas para mineração e logística.
Já o Google, através do Google Ventures, investe em empresas inovadoras em estágios iniciais, abrangendo setores como saúde, tecnologia e ciências da vida.
No Brasil, o Magazine Luiza estabeleceu a Unbox Capital, uma iniciativa para fomentar o ecossistema de inovação e apoiar empresas que possam agregar valor à sua cadeia de varejo.
Esses exemplos mostram que corporações de diferentes áreas reconhecem a importância de se aliar a startups promissoras, não apenas para financiá-las, mas também para se manterem à frente em um mercado em constante transformação.
O que significa Corporate Venture Capital Interno e Externo?
Corporate Venture é um termo que abrange os esforços de uma corporação para lançar novas iniciativas empreendedoras.
Isso pode acontecer internamente, aproveitando-se de recursos próprios, como capital humano e infraestrutura, conhecido como Corporate Venture Interno (CVI).
A pesquisa realizada pela Endeavor em 2018, juntamente com a EY-Parthenon e a Cátedra Insper-Endeavor, destaca essas dinâmicas.
O Corporate Venture Capital, então, surge como uma vertente que envolve investimentos diretos em startups externas. Isso permite que empresas estabeleçam relações sinérgicas com negócios emergentes, apostando no potencial inovador dessas parcerias.
Corporate Venture Interno (CVI)
O Corporate Venture Interno (CVI) se refere ao intraempreendedorismo, uma abordagem onde empresas investem em ideias inovadoras de seus próprios colaboradores.
Esses projetos, alinhados com a estratégia corporativa, são fomentados por programas internos que motivam as equipes a criar grupos, elaborar protótipos e desenvolver modelos de negócios.
Essa prática culmina na introdução de novos produtos ao portfólio da empresa, enriquecendo sua oferta com inovações genuínas.
Corporate Venture Externo (CVE)
Corporate Venture Externo (CVE) é a designação para o empenho corporativo em fomentar empreendimentos inovadores, não limitando-se aos ativos existentes internamente, mas estendendo-se ao diálogo e cooperação com startups revolucionárias.
Esse movimento propõe uma exploração ativa de ideias e conhecimentos além das barreiras corporativas, permitindo distintos graus de envolvimento e assunção de riscos.
Há corporações que intensificam este nível de envolvimento, ao enfrentar os riscos atrelados a transações que englobam participações societárias. Este modelo é denominado Corporate Venture Capital (CVC).
Nesse cenário, a empresa pode efetuar investimentos diretos em startups ou optar por contribuições em fundos de investimento com esse enfoque específico.
O engajamento pode acontecer de duas maneiras principais:
- Aquisição de uma participação minoritária, deixando o controle gerencial com os fundadores;
- Assunção de controle parcial ou completo sobre a startup.
Benefícios do CVC
O Corporate Venture Capital não só favorece o avanço de startups tecnológicas, mas também impulsiona o progresso do ambiente de empreendedorismo em tecnologia. Para as corporações, os ganhos são múltiplos e significativos.
Eis os principais benefícios identificados pela ABVCAP:
- Percepções valiosas sobre novas tecnologias, tendências de mercado e estratégias de negócios;
- Oportunidades de diversificação, com criação de novas empresas e possibilidades de fusões e aquisições;
- Interações comerciais fortalecidas;
- Transformação cultural, estimulando a inovação;
- Reforço da imagem corporativa, atraindo novos talentos.
Metas do Corporate Venture Capital
O CVC não se limita à conquista de altos retornos financeiros; ele também tem um foco claro em alcançar metas estratégicas, posicionando as empresas para liderar com inovações disruptivas e pioneiras.
Orientado estrategicamente, o CVC mira no crescimento de vendas e lucros tanto de maneira direta quanto indireta, colaborando com startups, aventurando-se em novos mercados, focando em possíveis aquisições e aproveitando novos recursos disponíveis.
Embora existam diversos propósitos por trás desses investimentos, eles tendem a focar em um desses dois objetivos fundamentais: estratégico ou financeiro.
O que as startups precisam ter para atrair um CVC?
De modo geral, os fundos de CVC não costumam apostar em startups sem um Minimum Viable Product (MVP) ou Produto Mínimo Viável.
É preciso que a empresa tenha um produto validado, por isso os aportes normalmente são dedicados a empresas que estão entre as fases seed e série B. Além disso, é importante que o produto esteja alinhado às demandas da corporação.
Sobre critérios específicos que as companhias costumam avaliar, destacam-se:
- Time de fundadores;
- Valor agregado;
- Produto ou serviço oferecido;
- Tamanho do mercado;
- Diferenciais competitivos;
- Potencial de crescimento.
Agora você já sabe tudo sobre Corporate Venture Capital
Ao entender melhor sobre Corporate Venture Capital, fica evidente o potencial transformador que ele possui para grandes corporações.
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